terça-feira, 31 de julho de 2012

Viajar...uma Arte !

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"A verdadeira arte de viajar...
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!!
Mário Quintana


segunda-feira, 30 de julho de 2012

* Trabalho *

"Faz sempre primeiro o que mais difícil te parecer."
Ralph

Sem nunca ter ouvido falar do Ralph, sempre tive a predisposição de lhe seguir o conselho.
Habita em mim mania de fazer primeiro o que aguarda realização. Para fcar 'despachada', é o argumento que defendo, contra a minha preguiça.
Encontrei outro exemplo de que os extremos podem ser doentios.
Demasiada deligência, esforço, pode resultar em perfecionismo e sentido auto-crítico que  mutila, para além das exigências aos outros que nos tornam verdadeiros déspotas.
Por outro lado, a indolência, a lentidão própria do deixar arrastar, pode desembocar na inércia e na apatia.
De qualquer das formas, o trabalho é uma das realidades da vida.
Incontornável!

Nos dias que correm, assistimos a muitas aberrações sempre camufladas com a palavra 'trabalho'.
Ainda há poucos anos, não trabalhar ou ter sustento assegurado, era sinal de pertencer a uma classe invejada. Não ter de se humilhar sob as ordens de outrém  e dispender o tempo conforme os usos ou gostos era luxo a que poucos se podiam dar.
Neste emaranhado de pensamentos, não questiono o prazer retirado de obra bem realizada ou finalizada. Pois, gosto de trabalhar.
No entanto, como em tudo,  este meu 'gosto' tem valor relativo. Costuma-se dizer 'vale o que vale'. Efetivamente, enquadrado no meio social, económico, histórico (acrescido de outras condicionantes que nem reparo por fazerem parte do meu cenário pessoal) em que nasci e onde me encontro.
O que poderá ser tarefa hercúlea e de grande mérito para mim, sê-lo-à insignificante para ti.
Sem entrar, sequer, na distrinça emprego/trabalho, constato que é um verbo riquíssimo, de infinitas conjugações e aprendizagens necessárias.
Porém, não tenho dúvidas em relação ao trabalho maior das nossas vidas.
Torná-la aprazível, agradável. Ser obreiro da felicidade na própria existência, eis labuta de grande merecimento.
Talvez a única que deveríamos empreender, talvez...

domingo, 29 de julho de 2012

Trago doloroso

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Fiquei com amigdalite a partir do instante em que te vi. Começaram as dores de corpo. A temperatura subiu e o apetite desapareceu.
Ao engolir, o pecoço parecia rasgar-se em dor. Assim, a deglutição foi arredada pela central nervosa.
Desisti de fazer frente à infeção e parei de me alimentar bem como de ingerir líquidos.
O médico injectou-me, contra vontade.
Enfraquecia definhando.
Não me importava.
Tu tinhas sido a origem da doença e serias a sua cura.
Por isso, esperei.
Esperei por ti, pelas tuas palavras que debelariam os sintomas. Tardando o remédio, consumia-me na espera.
Salvou-me o antibiótico que me alimentava o sangue. Parou o sofrimento da garganta. Já podia engolir. 
Porém, o meu pequenito coração não conseguia atravessar a faringe.
E desta forma, não consegui amar-me.
Continuo, aguardando-te.
Já nem me pergunto se vens, apenas penso 'se ainda te recordas de mim?'
O padecimento sofrido ao conhecer-te ía para lá do físico, tal como suspeitava.
Sem amigdalite, sem ti, prossigo. Desta feita, com maleitas interiores, onde os remédios tradicionais não fazem efeito.
E sem alcançar o amor próprio...

sábado, 28 de julho de 2012

A vida

"Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre."
 (Albert Einstein)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Selo da Amizade !

A querida amiga Pati das Caricatiras da Pati, presenteou-me com este lindo selinho personalizado.
Um beijinho para ti, Pati, atravessando o Atlântico! 
Já o recebeste?
Para as amigas e amigos blogosféricos aqui o deixo.
Levem-no!
Oferecem-no aos vossos amigos.
A cadeia de amizade ficará mais fortalecida.
Obrigado!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Era a Cascata...

Aquele canal hipnotizava.
Aliciava-me no seu caudal.
Como tu!
Eras mestre, catedrático.
A catadupa de gotículas refrescava as nossas peles,
sequiosas, como nós.
O nosso alimento era o outro.
Tu saciavas-me.
Aplacavas a minha sofreguidão desmedida.
Ousava sonhar que te era querida.
Fantasiava com a existência daqueles banhos na cascata do nosso amor.
Prendia a respiração e mergulhava em ti.
Lembras?
O teu corpo suave, recebia-me.
O suor que exalavas enebriava-me.
Pausas de registo eram brincadeiras acrescidas.
Os meus sentidos elegeram-te.
O coração seguiu-lhes o trilho ou foi o oposto?
Não tinha escolha.
Morria e renascia em cada olhar teu, em cada beijo, repetido.
Mimavas-me. 
Eu condescendia, com jeitos pueris.
Era tudo! 
Mulher completa!
Contigo!
Em ti !
Tinha existência nos contornos traçados pelas tuas mãos, no meu corpo.

A cascata enche-se, neste instante, com as minhas lágrimas incessantes.
Adivinhaste.
Sento-me à sua beira, sem me atrever na frescura, tentadora.
Seduzes-me, encantas-me e não é pretérito.
É céu saudoso...

Tempo !

 
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
Fernando Pessoa

Selo que vale por DOIS!

As minhas amigas, de longa data, Valsita, e D. quiseram presentear-me com este selo mimoso.
Um grande beijinho para as Terras da Neve bem com para 'Eu , Tu e as Palavras'.
Muito obrigado!
Regras:
1) Só quem receber o selo de outro blog pode postá-lo.
2) Se postar o selo poste também estas 5 regras.
3) Repasse para 8 blogues e avise-os.4) blog de Origem: http://jardimdealgodaodoce.blogspot.pt/
5) Dizer quem te mandou e colocar o link.

E os 8 blogues a quem repasso este mimo são:
- Pretyy in Pink
-Carolina
-D.N.
-Anita
-Edumanes
-Mar
-Zé Carlos
-Manuela
P.S. Desta vez não quebro as regras, apeteceu-me segui-las. Há dias para tudo. Hoje é dia de ser menina bem comportada.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

De Mim Para ti...

Soltam-se vagas de cobiça de ... mim para ...ti.
Desatam-se sinais de ternura de ti ... para ... mim.
Separam-se gestos de carinhos,
Libertam-se meiguices lânguidas que se apressam,
Sentem-se carinhos sorridente,
Ousam-se palavras sem sentido, inaudíveis.
Esboçam-se olhares que imobilizam,
Retêm-se respirações mescladas.
 Urge presentear esta nascente incessante,
esta paixão,
estas marcas, 
este penhor,
este sufoco louco.
Pois insensatas são estas perceções absurdas, intensas porque doem de prazer.
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De mim ... para ... ti.
De ti ... para ...mim.
Num balancear de comoção perturbadora, 
em frémitos agitados, inconsequentes.
Desprendem-se jeitos alheados do eu, do tu,
reunem-se amores obstinados,
ensejo suspirado.
Nas vontades indomáveis, 
sem rumo nem esboços,
surge, na entrega, a perca de mim ... de ... ti...
Sem retornos, num desnorteio desejado.
Apetecidos, despojados ... dissipassam-se em névoas quiméricas.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Erotismo

Segundo reza a wikipédia:
 "Erotismo é o conjunto de expressões culturais e artísticas referentes ao sexo. A palavra provém do latim ‘eroticus’ e este do grego ‘erotikós’, que se referia ao amor sensual e à poesia de amor.

Erotismo é caráter ou tendencia erótica, indução ou tentativa de indução de sentimentos por meio de textos verbais e não verbais, mediante sugestão, simbolismo ou alusão.
Diferente da pornografia que é tudo aquilo que se relaciona à devassidão sexual; obscenidade; licenciosidade; indecência. Caráter imoral de publicações, gravuras, pintura, cenas, gestos, linguagem." 
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Como não pretendo ser associada à indecência, embora, por vezes, ser conveniente não seja o meu 'apelido', cá estou a ensaiar perceber a diferença  desta tendência nos géneros.
A explicação da imagem é simples: adoro banhos de imersão, a banheira é um dos poucos sítios onde me sinto como no céu.
Esclarecimentos efetuados, pensemos no erotismo e na sua ligação ao sexo e ao amor.
Há fronteiras entre os conceitos, não contesto. Contudo, se conseguirmos unir tudo numa relação amorosa estaremos mais perto do Paraíso, se é que o nosso pézinho já não faz por lá morada.
Apesar dos nossos milhares de anos de evolução, a verdade é que continuamos a guiar-nos por cheiros, demonstrações de poder, beleza, enfim o instinto de sobrevivência prevalece.
A diferença inquestionável entre o homem e a mulher trazem-lhe encantos acrescidos.
Lemos, vemos documentários, aproveitamos exemplos, pesquisamos na net, nem quero imaginar que mais nestas descobertas, mas continua a ser a nossa habilidade natural a ser decisiva no confronto com o espécimen que nos atrai.
Como em tudo, também no erotismo, a subjectividade é rainha e gostos não se discutem.
Um ato erótico para um(a) pode mostrar-se rídiculo a outros olhos.
Seria maçador fazer o rol de coisas que me provocam a 'indução' de que fala a definição acima, mas estou curiosa, quais serão as 'tendências' seguidas pelos que por aqui se passeiam?

O meu Jardim !

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Já tinha saudades. O meu jardim a carecer dos meus cuidados e, eu, preguiçosa...
As ervas silvestres foram-se instalando e foi um sarilho para as remover.
Teimosas, lançaram raízes, como quem não quer a coisa, e a força foi necessária. Fizeram-me cair. Afinal, o vigor nunca foi o meu forte.
 Ri, enchi-me de terra e pó, mas nunca me rendi.
Com a tesoura podei, aparei até a nudez dos troncos aparecerem.
Gosto assim!
As trapadeiras que plantei  em forma de hastes, tão frágeis, robusteceram e fazem frente aos troncos de árvores mais velhas.
Que grande susto!
Plantei um cacto, deixou-me 'picos' microscópicos nos dedos.
Doem-me quando lhes toco. Para os retirar mil cuidados tenho de empreender.
Assemelham-se às minhas dores de alma, de culpa, que reagem ao contacto puramente mental. Para estas não possuo pinça que as expugne.
Uma canseira trabalhosa, cuidar deste oásis privado.
No entanto, quem dera que o meu canteiro interior fosse de tão fácil trato, onde houvesse utensílios apropriados e o discernimento das ervas daninhas a olho nu fosse feito.
É bem mais desorganizado, até ininteligível.
Bem, já chega de divagações, ainda há o lixo para juntar.
O Sol impiedoso teima em aquecer e o suor já me ensopa.
Quero que o meu jardim fique lindo, pode ser que me contagie.
Apresso-me na finalização, por ora, claro está.
Amanhã virei, de novo! Desta feita sem a inércia como companhia.
Promessas, projectos, porque me dou ao trabalho?

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Desinteressante...

Hoje apeteceu-me falar sobre utensílios de cozinha. Andei 'décadas' a ouvir elogios à famosa 'cloche'. Nunca tive, nunca houvera experimentado.
Até hoje!
Como o tema é por demais trivial e desinteressante resolvi adicionar-lhe uns músculos definidos:
Já com a vossa, total, atenção, posso então dizer o que me apraz sobre tão costumeiro 'forno' em casas alheias:
Dizer desiludida é pouco.
Já me tinham avisado que constava de duas beras resistências a aquecerem um recipiente de alúminio.
Sou fã de micro-ondas (já vou no terceiro, com grelhador) , e habitual usuária de forno por convexão (é assim que se chama?).
Depois disto que esperava eu?
Aguardava o frango assado no ponto, os bolos cozidos rápidamente que tanta gentinha me tinha enaltecido, exaltado, louvado e outros mimos que tais.
Pois bem, o frango ficou a dar para o cozido, tão somente.
E o bolo, estorricado no fundo, até pegou, mal cozido por cima.
Por favor, não me façam mais publidade à tal da 'cloche', fiquei-lhe com um ódio ( e olhem que sou pacífica e mais dada a amores) de estimação, sem precedentes.
Desculpem-me, mas tinha de partilhar estas banalidades convosco.
P.S. Pode ser que ande alguém por aí que me convença, mas  d-u-v-i-d-o...
Por outro lado fiquei mais reticente em relação às opiniões alheias, desconfiada e isso não é bom, não é não...

De Mim...

Decicidamente, não sou raparigas de pausas, de tempos tirados para pensar, meditar nesta vida.
É-me intrínseco fazê-lo.
 Por muito que ensaie esvaziar a mente, ensinamentos de mestres orientais, desisto.
Dou por mim de mente ligada, tal como o  batimento cardíaco.
Nada de permissões ou temporizações.
Acontece e naturalmente.
Quanto mais depressa acolher estas inquietações e dessasssogegos, próprios da minha índole, tanto mais poderei ficar liberta para o essencial.
Nas buscas incessantes de explicações, encontram-se as tais pausas, tão indespensáveis para alguns.
Para mim, a existência basta.
Nada de partir em demandas frutuosas, que resultam para outros.
Comigo, a dança do carossel da existência propõe-me alegrias, tristezas, dúvidas, num contínum incessante, sem pausas.
Repito, as pausas são constituintes do meu âmago.
A revolta ou mudança tornam-se inúteis e dispensáveis.

sábado, 21 de julho de 2012

|| Pausa ||

Entendo muito bem o 'gostar desgostando' do meu amigo Vic, o tal que vive em inclinada rua. Por sinal, com umas vistas que me trazem lembranças de já ter andado por ali.
A verdade é que estou cansada. Cansada de mim, dos outros, da vida, em suma.
Culpa? Talvez só minha.
Ontem, ao ouvir, no meio da ventania, o maestro António Vitorino de Almeida a tentar arrancar música dum qualquer instrumento arraçado de piano (foi ele que lhe chamou desta forma), fez-se luz.
A Orquestra Metropolitana de Lisboa não pôde atuar conforme previsto devido ao vento. Parece que caíam as pautas e as 'estantes'.
Mas, o Maestro (homem que admiro até à exautão), não se deixou vencer pelas condições climatéricas. Deliciou-me com as suas histórias sem rumo e tocou, à laia de recompensa, para as pessoas que se tinham deslocado ao evento.
Fosse outro qualquer e tinha-nos mandado para o velório do José Hermano Saraiva (outra figura que me é muito especial), a decorrer em câmara ardente a uns metros mais a norte.
Ao ouvir aquelas improvisações que lhe são tão peculiares entremeadas com histórias vienenses e terminando com Chopin (até sangrou do nariz como o já falecido compositor), pensei no caríssimo Vic.
Mas, o que ando a fazer? Porque me saboto?
Desta forma, decidi fazer uma Pausa, pôr-me em 'stand by', marinando não sei o quê.
Quando clicar no 'play' talvez ouçam,  talvez não ou talvez desapareça...quem sabe?

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sinfonia

Compunha uma sinfonia de instrumentos vários. A melodia suponha-se harmoniosa, sem desafinações.
Fluindo, os acordes em consonância com a vida. O tempo certo, o ritmo campassado, tal como a pauta exigia.
Com a subida de tom, as rédeas desta orquestra foram-se tornando lassas.
As notas entraram num despenhadeiro, impossíveis de ser resgatadas.
Antevi a profundeza da ruína.
Abismo desmedido se me abriu.
O piano perdeu a  tecla do tom da felicidade, sentindo-se perdido,
mergulhou na perdição.
    
          Desfalcada, a sinfonia teimava em continuar.
De seguida, foi a vez das cordas, da confiança, dos violinos se desgraçarem.
Desarticulada, de batuta em riste, teimava na liderança de tons monocórdicos, desagradáveis ao ouvido.
O sopro esganiçou-se e da sinfonia, restavam sons tenebrosos.
As lágrimas saltavam, numa energia que contrastava com a minha impotência.
Sem refúgio à vista, rendo-me ao precipício, entregando-me, de corpo e alma, onde já presenciara o desaparecimento da minha sinfonia.

Incoerência

Deambulam pedaços de mim.
Braço adiante, no alcance da fantasia.
Já não estou inteira.
Fui-me perdendo,  fragmentado nas asas da existência.
Os pés treinados, desconjuntam-se num ensaio sem mestre.
Abstenho-me de mim.
Qualquer coisa, fruto de renúncias, sou eu.
Quimeras loucas levaram-me à vida que me demitiu.
Fúteis tentativas de alcance da escadaria.
Exaurida, na vã tentativa de não abandonar o que se revela inalcancável.
Redes me cercam. Inúteis no propósito de me reunir.
Restam-me os detritos, de mim, incoerentes.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Recado em Forma de Grito!

Estupidamente crédula, confio em ti. Afirmas que te sou querida ... mais ... sou o teu amor. E, eu, acredito, com a imbecilidade que me é própria. 
Mas, os teus atos mostram-me outra realidade. Tenho-me fingida desentendida. Minto a mim própria, inventando desculpas. Tudo faço para crer nesta amor do qual não quero prescindir. Uma grande néscia é o que eu sou.
Pareço ignorante ao desvalorizar os sinais que indicam outra direção que oculto, sem resultado. Tola, sou eu que, prossigo neste caminho.
Chegou a altura de iluminar a verdade e ver-te com olhos crus, sem artifícios ou conveniências.
-"Não me amas!"
Dito assim, gritado desta forma, aparenta um facto inquestionável, sempre presente.
Já não me lembro porque insisti, porque tomei este rumo.
Sei que posso-te amar, mas nunca terei reciprocidade.
Desconheço se aprenderei a viver desta forma.
Neste momento, só me apetece gritar até ficar rouca e a minha garganta engolir o teu nome onde será digerido para sempre.
Quero esquecer-te e contigo também a parte de mim que sangra. Não receberás este recado, contudo, o grito alguém o ouviu.
Deixo-te este pedaço de mim que só tem existência em ti. Não ouso dar-me por inteiro. Devaneio ser possível encontrar alguém que me ame ... incondicionalmente ... estúpida?
Outra vez? Logo eu que não tenho fé em sinas...

Sonhei...

Sugeres que sou agressiva,
chamas-me de provocadora,
realças o meu mau feitio,
apelidas-me de teimosa,
insinuas que sou egoísta,
 invocas o silêncio quando só quero conversar.

Com os teus nomes e adjectivos:
sonhei...que era uma fera.

Leoa,  de aspecto feroz.
Contudo, tu não reparaste!
Mansa, obediente, desejosa de agradar.
Tudo o que busco é, tão somente,...
...o teu carinho...o teu beijo.
Sonhei-o!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

* Alegria *

Busquei o prazer. Forte impressão me causou.
Gemidos de júbilo se me soltaram.
A voz embargada de satisfação.
A atmosfera quedou-se, tolhida, com o meu regozijo.
Inviolável o meu bom humor.
Um entusiasmo jovial tomou-me e, abandonando-me, soltei-me de mim.
De agrado maroto agarrado ao rosto, sorri, olhando as cores da alegria.
Já não me pertencia.
O contentamento chamou-me sua.
Sem amarras, conduziram-me.
Rendida, encontrei-me, tendo como timoneiro a felicidade.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Exigência

Ainda não olhámos o mundo e já somos portadores de desejos alheios. Começamos muito cedo, demasiado cedo, a tentar preencher requisitos de condições impostas, mais ou menos amorosamente.
Os nossos atributos nem sempre (quase nunca) são sufucientes para suprir os pedidos que nos vão chegando.
A pior exigência é a auto infligida.
No meio em que vivemos, as referências vão variando bem como as bítolas.
Desta forma, acabamos vitímas dessas solicitações que ao serem interiorizadas passam a fazer parte do 'eu'.
A perfeição nada tem de mal, afinal, é inalcançável.
Contudo, o pior é quando esse apuro se transforma em meta que se pretende ver materializada.
Em nós e por nós (próprios).
Insatisfeitos, prosseguimos esse ideal, com esmero, que se pretende resultar num primor.
Um trabalho de autocorreção, sempre inacabado, sem a pureza almejada.
Neste trilho, a perca de felicidade, de amor próprio, de excelência presente na diferença, é uma constante.
E, eu, lamento-a.

Veio o Edumanes e, rimando, acrescentou:

Por causa das concorrências
Causadoras das desigualdades
Enganam as aparências
E se perdem as liberdades!

Exigir e não cumprir
Da desajustada bitola
Levar a vida a sorrir
E não sofrer da tola!

Sem pureza almejada
Anda por aí muita gente
De boazinha disfarçada
Opaca e não transparente!

Boa terça-feira para você
Pérola adorada
Muito linda sempre se vê
Logo pela madrugada!

Escreve um poema para mim
Para no rima blog, postar
És uma flor daquele jardim
Não o deves abandonar!

Preta?

Aproveitando a moda masculina, quero falar de bronzeado. Mais específicamente da alteração da minha cor de pele nos meses solarengos.
Naturalmente, quis o ADN selecionar-me com uma tez morena com outros predicados, menos agradáveis, que não são para aqui chamados.
Devo ser arraçada de lagarixa ou de qualquer outro réptil sugador dos raios solares porque adoro o Sol.
Bem informada sobre o cancro da pele, juro que utilizo os protetores, de fator 30 para cima, aquando do início da exposição solar. Porém, a minha melanina gosta de trabalhar. Depressa a pele fica escurecida e vou-me esquecendo dos cuidados com a pele.
Já sei: se morrer de melanona, não serei digna de piedade. Também, depois de morta, é dispensável. O pior será o sofrimento. Mas, deixemo-nos de brincadeiras com coisas sérias.
A questão que me trouxe aqui é o chamarem-me de 'preta'.
Não sei porque associam esta cor ao tom castanho/dourado que se adquire com a exposição aos raios mornos do nosso Astro Rei.
Eu fico parecida com o espécimem do meio, não tão exagerado, suponho. Isto da auto análise não é tarefa fácil.
Agora digam-me da vossa justiça: onde está a negritude na cor?
Escura, morena, torrada,..., ainda tolero (acaba por ser verdade), agora 'preta', só se me quiserem aborrecer.
(por falar em preto, adoro o lacinho preto do 3º)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Labirinto

Olho para cima, os sinais são indecifráveis.
Embato em paredes altas que impedem a passagem.
Prossigo, de ânimo oscilante, em busca da saída escondida.
Cansa-me este caminho labiríntico!
Com os erros deveria saber reformular uma trajetória feliz.
Confundida, perco-me, de novo.
Os pensamentos atropelam-se. Transportam-me a maior inquietação.
Escoando-se, o tempo troça da minha insensatez.
Intento nova combinação de percurso e o opaco barra-me, outra vez.
Abandonada pela inteligência, resta-me o grito de 'Socorro', instintivo.
Os supostos resgates mostram-se impotentes.
Só em mim se encontra a chave mestra, das intrincadas fechaduras, destas confusões complicadas que fui e sou Eu.
Sem certezas, continuo este trilho feito de apalpadelas, de encontrões, de recomeços...sem alternativa.

domingo, 15 de julho de 2012

Pérola de selo!



Anita ofereceram-me este miminho, que eu adorei.
As regras do selinho são :

Oferecer o selinho a 15 blogues.
Responder ás curiosidades.


CURIOSIDADES
1- Um sonho realizado:  Estão todos à espera de concretização.
2- Um sonho por realizar:  Todos
3- O que adoro fazer em casa: Ver filmes, ler, apanhar sol e preguiçar.
4- O que odeio fazer em casa: Limpar o que acabou de ser limpo.
5- O que me faz sorrir :  Tanta coisa.
6- O que me faz chorar : Quase tudo, neste momento.
7- Um talento :  Não tenho talentos.
8- O que gostaria de saber fazer : Dançar muito bem.
 9- Um segredo : Não posso dizer 
10- Um medo : De enlouqucer.

11- Um pecado : Não fazer o que seria suposto.
12- Uma viagem : Ilhas do Pacífico.
13- Um doce : Profiteroles, entre tantos outros.
14- Um perfume : Beyond Paradyse,Esteer Lauder.
15- Uma história : Qualquer uma que me comova, verdadeira.
16- Um filme : Nothing Hill entre  tantos,mas este ficou-me, principalmente pela banda sonora.
 17- Um blogue : Todos os que sigo
18- Um nome : Amor

19- Uma frase : 'A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é' Victor Hugo
20- Uma vida : A do meu pai, um exemplo, apesar da dor.


E passo a:

Todos os que apreciarem este pérola em forma de selo.
Não me deixem mal e levem-no convosco, depois digam,  eu irei espreitar.


sábado, 14 de julho de 2012

Gustav Klimt

The Tree of Life
A arte é daquelas coisas que se adora ou odeia;
Ou nos emociona ou nos é indiferente.

De qualquer das formas, a vida tem uma comparação bem conseguida com uma árvore.
Brota duma semente, vai crescendo, fortalecendo-se, cria ramos de orientações abrangentes, surgindo, seguindo a orientação da luz.
Pode morrer uma fraçao que novos rebentos surgirão, com maior pujança.
O tronco comum confere-lhe identidade, contudo as manifestações podem ser contraditórias.
Poderá florescer e dar fruto que será sadio ou atacado por maleitas várias.
Os seus ramos poderão entrelaçar-se com galhos vizinhos, mas nunca deixará de se alimentar da seiva que provém da sua raíz.
O derrube é sempre uma possibilidadem culminando no apodrecimento ou no surgimentos de frágeis rebentos sujeitos a intempéries várias.
Acabará por deixar de existir, pois essa é a condição de qualquer ser vivente.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Olimpíadas

Sou uma fã confessa dos Jogos Olímpicos. O aproximar do seu início dá-me alento, ânimo. Não sou atleta, nunca o fui. A única vez em que mostrei dotes que poderiam conduzir a uma carreira desportiva, fiquei tão apavorada com a competição que entrei, de verdade, em pânico. Obriguei-me a jurar que 'jamais' entraria em mais competições, revestissem elas o carácter que lhes apetecesse. Digamos que a experiência foi traumatizante e só tinha dezasseis aninhos.
O futebol diz-me pouco apesar de gostar de jogos de equipa. Talvez sejam as notícias lamacentas que o cercam, as fraudes, a corupção e os milhões que lhe tirem o encanto, não sei...
Nas olimpíadas, a história é outra. Modalidades às dezenas. A dificulade é a escolha porque as provas decorrem à mesma hora. 
As minhas preferências recaem sobre o Atletismo nas suas várias modalidades, as ginásticas, os saltos para a água. A natação sincronizada fez as minhas delicias enquanto adolescente.
Enfim, são duas semanas intensíssimas que aguardo expectante.
Lamento só acontecerem a cada quatro anos.
Quase me identifico com a senhora do cartoon: o 'evento' é de tal forma poderoso que vale bem a espera, em jejum, da ocasião. O tempo, afinal, é tão relativo.
Venham eles que a fome já aperta, não quero que a anorexia me bata à porta assim como distúrbios psicológicos por motivos de 'carência'.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Batalha de Amor

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Mansamente, entraste nos meus vagares.
Despiste-me, lentamente.
Com a roupa, foram-se as conveniências, as certezas, bem como  outras vestes protetoras.
Desnuda, sem armas, declaraste-me guerra.
Rendi-me. 
Prisioneira me tornei, despojada de mim.
Lutámos numa batalha conjunta.
Fatigados, sorrimos.
Usurpara a tua natureza.
Tornei-a minha. 
Mas, já esvaziada, não a consegui acolher.
Da fumaça do combate, eis que nasce outro ser.
Eu mais Tu somos a unicidade invencível, onde os nossos âmagos se revelam, na inteireza.
Na profundidade desse íntimo comum reencontro a minha plenitude.
De mansinho, tornámo-nos exclusivo privilegiado.
Comigo, por tua causa!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Presente

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Trazias o Sol como cúmplice.
A luminosidade cingia-te de forma irresistível.
De sorriso maroto deixavas adivinhar emoção.
Como se não soubesses que o nosso encontro bastava.
Deste-me um beijo.
Sem pretensões depositaste-me um pequeno presente na mão.
Pasmada, não soube agradecer.
Tu já eras mais do que eu podia ansiar.
Nenhuma outra coisa ou pessoa me podiam ser mais queridos.
Bastas-me.
Com réstias de timidez, pela tua presença tão próxima, abro a caixinha.
O mundo abriu-se e nele só ficámos os dois.
Reunidos no nós, desejei que a eternidade se  materializasse.
Cerrei os olhos e fiquei parada no tempo,
junção do 'eu' e do 'tu' com a oferenda como prova.

terça-feira, 10 de julho de 2012

- Conversar -

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Ensaio para destraumatizar - 2 -
Já aqui referi que a conversa, como forma de comunicação, é vital para o ser humano. Várias formas de conversa são praticáveis. A mais íntima e onde cada poro nosso tem voz é, sem margem para dúvidas, a conversa presencial, em que todos os sentidos estão envolvidos. 
Para além do nosso aparelho vocal, as mãos, os olhos,...,a nossa anatomia, no geral, comunica. 
Falamos com todo o nosso ser, todo o nosso corpo, consciente e inconscientemente.
Quanto maior a proximidade fisica, melhor comunicação, estreitando-se laços, para o bem e para o pior. 
Somos seres ligados ao corpóreo, precisamos de contacto, de olhos nos olhos, de pele com pele. Nada substitui esta proximidade.
Com o advento da tecnologia novas comunicações se estabeleceram e a conversa passou a ser possível de formas inimagináveis aos nossos avós.
Temos a net, o virtual que levou ao estabelecimento de relações humanas de feições reinventadas.
Nós continuamos os mesmos, com os mesmos desejos, as mesmas ambições, os mesmos sentimentos. O formato da conversa é que tem mudado substancialmente. 
Sem dar conta, deparamo-nos a teclar num teclado, real ou virtual, palavras que traduzem sentimentos, pensamentos e sentires. Acrescentamos pontuação, animações de forma a substituir os nossos jeitos, sorrisos ou simples esgares.
Estando sózinhos, num canto qualquer, conversamos com amigos a milhares de kilómetros, estendemos a conversa até ao numero de intervenientes que conseguimos suportar. 
Actualmente, conhecemos mais pessoas do que seria possivel aos nossos antepassados, seja em que época for. 
Informação, pedidos de amizade, troca de experiências, tudo é exequível nas conversas do sec. XXI.
Sem querer ser o velho do Restelo, continuo a pensar que, por muitas câmaras que incorporem nos meios de comunicação, nunca nada substituirá a conversa efectuada na presença do outro onde o porte, os modos continuam a ter peso decisivo nas nossas apreciações.
Por outro lado, não posso deixar de constatar que, pela escrita (veículo patente e imprescindível nas redes sociais) conseguimos perceber traços de personalidade e adquirir conhecimentos sobre os outros, fácilmente disfarçáveis no teatro social. 
O ideal será promover a conversa em todos os campos. Saíremos enriquecidos nesta arte que é a conversa, oferecendo e recebendo informação, afetos, e partículas de humanidade.

Distância

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Um dia, um metro, anos, kilómetros...
Tanta coisa que nos separa!
Que importa?
Que me importa?
O mar, é meu amigo, traz-me o teu cheiro.
A areia acaricia-me a pele, por ti.
O Sol beija-me, imitando-te.
O vento sussura-me a  tua voz que me arrepia.
A água murmulha doces palavras com que me hipnotiza.
A natureza está enfeitiçada, obedece às tuas ordens, reproduz-te.
Não a distingo de ti.
Toda e qualquer coisa são mostras da tua essência.
Respiro, mastigo, engulo cada molécula de matéria com que me cruzo.
Todas elas são TU.
És tu que te comunicas comigo, apesar da distância...
E, eu, não desperdiço uma migalha.
Alimento-me de ti e dos teus sinais.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ansiedades...

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As impaciências que experimentamos levam à constrição da garganta. Todo um alerta geral, que se traduz em mal-estar, se instala.
Sôfregos de acontecimentos com finais escritos por nós.
Desejamos veementemente algo, alguém e o nosso ser sujeita-se, limita-se e os sentidos perdem capacidades. Logo agora que precisamos de ver melhor, ouvir mais atentamente, sentir poeiras microscópicas, discernir sabores, identificar aromas.
Uma comoção aflitiva da mente atira-nos receios.
Ficamos nervosos, a inquietação sorri-nos.
Dispensamos este tipo de simpatias.
Só queremos o que nos apetece, o que sentimos que nos é urgente, necessário. Sem o quê ou qual nos é intragável a sobrevivência.
Seríamos tão mais felizes com a chegada da realização dos nossos desejos concretizados.
O aqui, isto, este, agora, não nos chegam. Há todo um mundo de fantasias que aguardam a materialização.
Nós sabemos muito bem como, quando e o quê.

Caminhos:
1- Angustiados prosseguimos, o desespero espera-nos, descansadamente.
(Porque 'raio' preecisamos destas ânsias?
Atrapalham, empecilhos prescindíveis...)
2- Abarrotados de confiança, continuamos...há vidas inarráveis possíveis, que dispensam ansiedades...

domingo, 8 de julho de 2012

Negro Profundo ( 12 )

O srº Teles, homem considerado na sua região, sobe ao cavalo e dirige-se ao acampamento, que acolhe todos os anos, herança de seu pai que o fizera jurar não quebrar tal tradição.
Sem tempo a perder, pergunta por Manolo. Este chama-o, com voz rouca, do fundo da tenda principal.
Conhecem-se desde sempre, mas nunca foram amigos. Sem rodeios, o pai de Matilde começa por explicar o seu respeito pelos usos e costumes, porém solicita que a vontade de Samara seja tida em conta.
Manolo, curtido pelas responsabilidades da vida, escuta-o com deferência. Contudo, mantém a sua posição. Visto já ter dado a sua palavra de pai e chefe em como Samara casaria com Gonçalo, não poderia voltar atrás. Seria uma desonra, para além da falta de consideração, para com o seu povo.
Replicando, Teles argumenta que Samara é uma menina especial, esperta nos estudos. Propõe uma solução de compromisso. Que deixe passar dois anos, pelo menos. Podia ser que, com dezasseis anos, Samara tivesse mudado de ideias e, entretanto, iria crescendo nos estudos. 
Contrariado, Manolo silencia-se, e em jeito de conclusão, diz que vai pensar.
Não totalmente satisfeito, Teles volta à casa principal, esperançoso num futuro de escolha para a pequena que considera filha.
À tardinha, o regresso ansioso das meninas, traz uma Samara dividida, perdida nos seus pensamentos e conjecturas.
Antes de regressar ao acampamento procura o pai de Matilde. Este conta-lhe do diálogo que tivera com o seu pai. Pode-lhe calma e confiança. Se acreditar, tudo correrá bem, assegura-lhe. Samara, um tudo nada mais descansada, despede-se com um 'até amanhã' e dirige-se a casa.
(continua)