sábado, 30 de novembro de 2013

Dos Melhores Amigos !



Os melhores amigos nem precisam que diga nada . . .

 - O silêncio.
 - A ausência.
- O toque.
- O olhar. . .

Fartam-se de falar e . . . Bastam!



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Oferta


No beijo do Sol arrepia-se a pele
em espasmos de prazer.

Verte-se a luz em chuvas secas,
pó que me polvilha o corpo.

É o abraço do Céu, 
que bem me quer,
em neblinas perfumadas de sabor a ternura.

Permito a carícia envolvente,
de azul vestida, 
com coração estampado.

Sou terra em vaso, 
com formas de mulher,
onde sementes se espreguiçam no morno reflexo.

Dilatam-se as sensações,
sobre o colchão florido,
onde me encontro deitada.

Recebo esta marca amorosa,
cicatriz tatuada,
 do beijo do Sol.

O amor infiltra-se em mim,
 de cerimónias perdidas,
brindando-me em doação apetecida.

Pérola


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Da Gratidão




Agradecer as coisas, as  pessoas e situações simpáticas é fácil.

Nem sempre temos, sequer, a noção do quanto podemos ser afortunados.

Reconhecer as felicidades da existência é algo tão subjetivo como tudo o resto que envolva o próprio.



Hoje quero aproveitar estes ares que sopram da América e retribuir ao Universo, a Deus, à Natureza, às Pessoas tudo aquilo porque estou agradecida.

Não!
Não desesperem, a lista não é longa.  
Prometo não aborrecer muito.

Começo por não mencionar o óbvio e positivo.

Estou grata pelo menos agradável como:

* O desemprego - Sem este flagelo não teria conhecido a Blogosfera e pessoas que passaram para a minha vida virtual e real fazendo já parte de mim e que me são tão importantes.

* A perda de amores - Assim aprendi a valorizar o sentimento e as saudades são marcas do que já vivi e experienciei.

* Ser 'normal', vulgar e pobre - Com a minha estatura e aspecto ninguém se aproximou de mim com paixões de 'Top Model' ou por motivos materiais.

* Ter perdido 'uma pequena fortuna' - Aprecio melhor a simplicidade e a bonança, quando a há.

* Percorrer caminhos de eterna inquietação - A ansiedade e a dúvida associados têm-me levado a procurar incessantemente. Nesta demanda tenho aprendido tanto para conceber o tamanho da minha ignorância.

* A auto-confiança não ser o meu forte - A sensibilidade exarcebada fez-me sentir infinidades desconhecidas de muitos.


Obrigado, VIDA ! ! ! 


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Frágil



Perco-me em fragilidades
de palavras fechadas,
beijos sem lábios,
ausências interiores.

Desfaço-me em cinzas
de fogo sem chama,
labaredas sumidas
em lenha que não arde.

Espraio-me em espuma
de ondas sem marés,
mar doce,
de céus sem horizonte. 

Rasgo-me em vazios
suspensos na onda do tempo,
luz fria em túnel sem fim,
fragilidades de mim.

Pérola


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Do Luto



Segundo o Dicionário 'Online' a palavra 'Luto' tem a seguinte signifificação:
"s.m. Profundo pesar causado pela morte de alguém."

A perda de alguém é sinónimo de dor e de luto, sendo este manifestado em cores ou outros hábitos de cada cultura.

Há uma fase de tristeza profunda, de desgosto que se tem de atravessar sob pena de ficarmos reféns desse sofrimento e a patologia mental e/ou física poder surgir.

Eu acrescentaria que os casos em que o luto é necessário vai muito para além da morte.
Ao longo da vida somos protagonistas de situações, acontecimentos, acidentes ou escolhas que nem sempre nos são favoráveis. 

O perigo espreita quando a resolução desse imprevisto não o é feito no nosso interior.

Arrastamos o problema através do tempo.

Não fazendo o luto da perda provocada por aquele incidente, o passado torna-se presente incómodo.
Por vezes, o Agora nem é notado e o futuro é mera ilusão.


Aprender a fazer luto dum amor impossível, duma fortuna lançada ao ar, de um amigo que talvez nunca o tenha sido, de uma característica nossa que devemos despir, de um tempo de felicidade, pode ser uma lição complicada e nem sempre há professores competentes.

Depende, 
essencialmente, 
de cada um, 
da sua forma de encarar a vida, da força que reúne, 
encontrar a maneira de fazer os 'seus lutos'.
Para o próprio bem-estar a todos os níveis.

Talvez aqui o Luto (do verbo lutar) possa dar uma ajuda.
Porque o que está em questão pode encerrar uma guerra de muitas baixas.
E estas podem ser piores do que a morte (física), talvez . . . 



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Descanso



A lentidão morna espreguiça-se
no gozo do tempo.

A macieza do conforto tarda-se
em ócios ímpios.

A placidez serena dormita
nos colchões da imaginação.

Há um sossego que se respira
em ares calmos.

Adiam-se despertares desalinhados
com vontades passivas.

É o descanso que faz uma visita.

Acolho a imprevisão
em campos repousados.

Observo sem pressas,
sinto em vagares.

Hibernação vulnerável
em necessidade sem motivos.

Descanso ... apenas.

Pérola


sábado, 23 de novembro de 2013

Sou Filha !



Sou Filha de amores intensos,
de pai presente em ausência sofrida.

O  orvalho da madrugada,
pelas estação fria,
esfriou-me a pele, gelou-me os ossos.
No calor do verão,
 sombras e águas frescas,
refrescaram-me a tez morena.

Sou Filha de calores e frios,
beijos e indiferenças,
lutas e abraços.
Pétalas de flores silvestres me criaram,
os grilos me divertiram,
na natureza a que chamo mãe.

Sou Filha inquieta
em obediências com ponto de interrogação,
de crescimento tardio.
Sem idade,
as árvores chamam-me de irmã.
Afilhada das nuvens 
que tomam a forma de sonhos meus.

Sou Filha do tempo,
refém da infância que não quero deixar.
Regatos de memórias 
caem-me em cascatas de saudade.
Abrem-se as mãos 
em vã tentativa de agarrar pais desaparecidos.

Sou Filha Orfã!

Pérola


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Espera !



A marca dos meus dentes
tatuam o lápis.

Entre palpitações cardíacas
o corpo enerva-se.

Palavras impróprias
tentam ganhar vida.
Não o permito!

Espero na aparente calma.

Traída 
pelas ferozes trincas no meio de escrita
e na respiração acelerada.

Neste intervalo da vida,
o resultado pode importar.

Presa na demora,
questiono a espera.

Não é ELA, 
tão somente,
um pequeno Nada 
com manias de ser Tudo?

Espero . . . e . . . Não gosto!

Pérola


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

LIVE YOUR DREAM



A amorosa seguidora Marina do 'LIVE YOUR DREAM' quis umas pérolas ventosas.
Depois de autografado, o correio, qual sopro invisível, fez-lhas chegar.


"Amiga sabe tão bem perder-me nos horizontes sem limites criados pela tua poesia!!!

Obrigada!"

Com estas palavras que me são dirigidas...eu fico nua de letras.

(não mereço)

Resta-me aconselhar que a visitem.
É uma anfitriã queridíssima, uma grande mulher e blogger adorável.

Bem Hajas, MARINA !

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Tatuagem


"Velhice... é uma bela tatuagem cicatrizada ao longo tempo."
Josemar Bosi


"Porque eu não posso fazer uma tatuagem? 
Porque eu não posso expressar no meu corpo o que eu tenho dentro do coração?"
Pr.Fabiano Malhano

Pondo de lado as questões culturais, de moda  e outras explicadas dadas pelas ciências sociais, pergunto-me porque a Tatuagem levanta alguma (tanta) polémica.
Por um lado, a liberdade individual será o último reduto das argumentações favoráveis.
Por outro, poder-se-á perguntar da necessidade de 'alterar' o corpo de forma tão radical e quase permanente.

Sob o meu ponto de vista, não vislumbro razões para conversas tão acesas. 

Afinal, quem se apresenta aos outros ou a si próprio de forma integralmente (nu/a) natural?

- Ninguém! Todos usamos máscaras e roupagens propositadamente ou inconscientemente.

Para além do mais, possuímos tatuagens no coração, na mente, na alma, nas memórias e outros recônditos íntimos que nenhuma cirurgia removerá, em tempo algum.

E vocês, que me contam e opinam sobre o assunto?


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Cega



Ceguei na saturação de realidades fastidiosas.
Cansei-me de visões doridas.
Reduzi meus sentidos num cerrar de olhos.

Amputada de olhares sombrios,
busco alucinadas imagens,
feições urgentes de autenticidade.

Que transparências adormecidas
emerjam de sombras intranquilas!

Cheiro,
ouço,
saboreio,
sinto
 a generosidade da inteireza,
pura,
em plenitude palpável.

Em escuridão movediça,
sou cega obstinada
na demanda de outra 
Luz, 
forma, 
silhueta, 
cor 
e destino
que são os meus.

Pérola


domingo, 17 de novembro de 2013

Algures . . .



Algures . . . em mim . . . 

Há uma entrada secreta,
código encriptado,
de acesso restrito.

Terra de ninguém,
jardim de prazeres,
fonte de águas doces.

Palco sem dramas,
paragem acolchoada, 
de erva fresca,
em cenário paradisíaco.

Algures . . . em mim . . . 

Existe este esconderijo,
de oceanos mansos
ou atmosferas revoltas.

Enigma para muitos,
mera brincadeira
em que tu entras, 
descaradamente,
a teu bel-prazer.

Fecho teu
de abertura minha,
em sistema complexo
onde és chave-mestra.

Algures . . .  em mim . . 

Moram segredos,
fadas, duendes,
e fantasias
na realidade que sou eu.

Erguem-se castelos,
sonhos inimagináveis,
e deleites saborosos
 onde és rei.

Algures . . .  em mim . . .

Pérola

sábado, 16 de novembro de 2013

Quem sou ?






" Sobre terra em desuso,
ouso a redescoberta,
atrevo-me em trilhos sem mapa,
na busca de mim."
Pérola











Sufocada em grito aprisionado,
corri, desapareci.

Perdi sapatos,
ilusões enganadoras
e perdi-me a mim.

Atravessei tempos,
espaços desconhecidos,
eis-me aqui.

Agasalho-me em sonhos,
trilhos oferecidos,
promessas sem garantia.

Caminho sem bússola,
de norte duvidoso,
espero no rasto ensanguentado
de pegadas por aí.


Encontra-me neste mapa sem linhas,
resgata-me desta canseira,

Deixa-me o recomeço como presente, 
ou penhora-me em ouro teu.


Sou delirante peregrina,
crédula, 
em destino incomum.

Tão somente 
sacia-me com o saber:
-Onde estou?
-Quem sou?



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

No Tempo .



"No crescimento do tempo, 
crio ramos, 
simbioses, 
raízes e entrelaçados vários que, 
ao não serem domados, 
em podas necessários, 
criam sombras na minha essência."

Pérola



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Morro e Renasço !



Nasço e  renasço
em metamorfoses salpicadas  de dor.

As flores perfumam-me ao acaso,
o mar salga-me em ondas trocistas
e a escrita partilha-me em palavras sem sinónimo.

As tuas mãos cobrem-me o corpo,
fonte de bálsamo para esta dor em que morro.

Não te vás!
Assiste-me no último suspiro,
acolhe-me no primeiro choro.

Sou como a Lua,
de fases que se extinguem,
percorrendo tempos de fim anunciado.

Saboreio cansaços,
derrotas, vitórias,
assistindo aos meus recomeços.

Sou simplesmente eu,
incompleta, 
em busca constante,
de mim, 
do Mundo, 
do Nada ou do Tudo.

Pérola


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Por falar em merecimentos...


Foto by Pérola

Por aqui fazia-se o lançamento, no dia 2, do meu livro 'Pérolas ao Vento'.

Houve amigos que não puderam estar presentes pelas mais variadas razões.
Este foi um destes casos:

Eis um blog de visita obrigatória, do meu amigo Alberto Flores:


Uma amizade que salta degraus virtuais.

Através do FB (https://www.facebook.com/margarida.farinha.9), o amigo AFlores pediu-me o livro autografado e eu enviei-lho com o maior dos prazeres.

Dedicou-me o post acima.

Depois quem é não merece tamanho carinho?

Eu!
Claro está!