sábado, 28 de fevereiro de 2015

Farejando . . . Ditados Populares


Falar mal dos outros é fácil, difícil é falar bem. 
Mais vale um mau acordo que uma boa sentença 
Só trabalha quem não sabe fazer mais nada 



Palavra puxa palavra
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro 

Para verem como a cultura Portuguesa é rica em ditados populares, eis mais alguns:


A ambição cerra o coração 
A pressa é inimiga da perfeição 
Águas passadas não movem moinhos 
Amigo não empata amigo 
Amigos amigos negócios à parte 
Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura 
A união faz a força 
A ocasião faz o ladrão 
A ignorância é a mãe de todas as doenças 
Amigos dos meus amigos, meus amigos são 
A cavalo dado não se olha a dente 
Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo 
Antes só do que mal acompanhado 
A pobre não prometas e a rico não devas. 
A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina 
A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo 
A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado 
A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha 
A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata 
A necessidade aguça o engenho 
A noite é boa conselheira 
A ocasião faz o ladrão 
A preguiça é mãe de todos os vícios 
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro 
A palavras (ocas|loucas) orelhas moucas 
A pensar morreu um burro 
A roupa suja lava-se em casa 
Antes só que mal acompanhado 
Antes tarde do que nunca 
Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam 
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas 
As palavras voam, a escrita fica 
As (palavras ou conversa ...) são como as cerejas, vêm umas atrás das outras 
Até ao lavar dos cestos é vindima 
Água e vento são meio sustento 
Águas passadas não movem moinhos 
Boi velho gosta de erva tenra 
Boca que apetece, coração que padece 
Baleias no canal, terás temporal 
Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia 
Boa romaria faz, quem em casa fica em paz 
Boda molhada, boda abençoada 
Burro velho não aprende línguas 
Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura 
Cada cabeça sua sentença 
Chuva de São João, tira vinho e não dá pão 
Casa roubada, trancas à porta 
Casarás e amansarás 
Criou a fama, deite-se na cama 
Cada qual com seu igual 
Cada ovelha com sua parelha 
Cada macaco no seu galho 
Casa de ferreiro, espeto de pau 
Casamento, apartamento 
Cada qual é para o que nasce 
Cão que ladra não morde 
Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato 
Com vinagre não se apanham moscas 
Coma para viver, não viva para comer 
Com o direito do teu lado nunca receies dar brado 
Candeia que vai à frente alumia duas vezes 
Casa de esquina, ou morte ou ruína 
Cada panela tem a sua tampa 
Cada um sabe as linhas com se cose 
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos 
Casa onde entra o sol não entra o médico 
Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém 
Cesteiro que faz um cesto faz um cento,se lhe derem verga e tempo 
Com a verdade me enganas 
Com papas e bolos se enganam os tolos 
Comer e o coçar o mal é começar 
Devagar se vai ao longe 
Depois de fartos, não faltam pratos 
De noite todos os gatos são pardos 
Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra 
De Espanha nem bom vento nem bom casamento 
De pequenino se torce o pepino 
De grão a grão enche a galinha o paparrão 
Devagar se vai ao longe 
De médico e de louco, todos temos um pouco 
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és 
Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?' 
Depressa e bem não há quem 
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer 
Depois da tempestade vem a bonança 
Da mão à boca vai-se a sopa 
Deus ajuda, quem cedo madruga 
Dos fracos não reza a história 
Em casa de ferreiro, espeto de pau 
Enquanto há vida, há esperança 
Entre marido e mulher, não se mete a colher 
Em terra de cego quem tem olho é rei 
Erva daninha a geada não mata 
Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão 
Em tempo de guerra não se limpam armas 
Falar é prata, calar é ouro 
Filho de peixe, sabe nadar 
Gaivotas em terra, tempestade no mar 
Guardado está o bocado para quem o há de comer 
Galinha de campo não quer capoeira 
Gato escaldado de água fria tem medo 
Guarda o que comer, não guardes o que fazer 
Homem prevenido vale por dois 
Há males que vêm por bem 
Homem pequenino ou velhaco ou dançarino 
Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto 
Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus, serás pior do que eles 
Lua deitada, marinheiro de pé 
Lua nova trovejada, 30 dias é molhada 
Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão 
Longe da vista, longe do coração 
Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar 
Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital 
Manda quem pode, obedece quem deve 
Mãos frias, coração quente 
Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha 
Mais vale cair em graça do que ser engraçado 
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo 
Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto 
Madruga e verás trabalha e terás 
Mais vale um pé no travão que dois no caixão 
Mais vale uma palavra antes que duas depois 
Mais vale prevenir que remediar 
Morreu o bicho, acabou-se a peçonha 
Muita parra pouca uva 
Muito alcança quem não se cansa 
Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá 
Muito riso pouco siso 
Muitos cozinheiros estragam a sopa 
Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe 
Nuvem baixa sol que racha 
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu 
Nem tudo o que reluz é ouro 
Não há bela sem senão 
Nem tanto ao mar nem tanto à terra 
Não há fome que não dê em fartura 
Não vendas a pele do urso antes de o matar 
Não há duas sem três 
No meio é que está a virtude 
No melhor pano cai a nódoa 
Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes 
Nem oito nem oitenta 
Nem tudo o que vem à rede é peixe 
No aperto e no perigo se conhece o amigo 
No poupar é que está o ganho 
Não dá quem tem, dá quem quer bem 
Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça 
O saber não ocupa lugar 
Os cães ladram e caravana passa 
O seguro morreu de velho 
O prometido é devido 
O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura 
O segredo é a alma do negócio 
O bom filho à casa retorna 
O casamento e a mortalha no céu se talha 
O futuro a Deus pertence 
O homem põe e Deus dispõe 
O que não tem remédio remediado está 
O saber não ocupa lugar 
O seguro morreu de velho 
O seu a seu dono 
O sol quando nasce é para todos 
O óptimo é inimigo do bom 
Os amigos são para as ocasiões 
Os opostos atraem-se 
Os homens não se medem aos palmos 
Para frente é que se anda 
Pau que nasce torto jamais se endireita 
Pedra que rola não cria limo 
Para bom entendedor meia palavra basta 
Por fora bela viola, por dentro pão bolorento 
Para baixo todos os santos ajudam 
Por morrer uma andorinha não acaba a primavera 
Patrão fora, dia santo na loja 
Para grandes males, grandes remédios 
Preso por ter cão, preso por não ter 
Paga o justo pelo pecador 
Para morrer basta estar vivo 
Para quem é, bacalhau basta 
Passarinhos e pardais,não são todos iguais 
Peixe não puxa carroça 
Pela boca morre o peixe 
Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber 
Pimenta no cu dos outros para mim é refresco 
Presunção e água benta, cada qual toma a que quer 
Quando a esmola é grande o santo desconfia 
Quem espera sempre alcança 
Quando um não quer, dois não discutem 
Quem tem telhados de vidro não atira pedras 
Quem vai à guerra dá e leva 
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte 
Quem sai aos seus não degenera 
Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento perde o assento 
Quem semeia ventos colhe tempestades 
Quem vê caras não vê corações 
Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece, tanto lembra que aborrece 
Quem casa quer casa 
Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa 
Quem com ferros mata, com ferros morre 
Quem corre por gosto não cansa 
Quem muito fala pouco acerta 
Quem quer festa, sua-lhe a testa 
Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar 
Quem dá aos pobres empresta a Deus 
Quem cala consente 
Quem mais jura é quem mais mente 
Quem não tem cão, caça com gato 
Quem diz as verdades, perde as amizades 
Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos 
Quem não deve não teme 
Quem avisa amigo é 
Quem ri por último ri melhor 
Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha 
Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima 
Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto 
Quem diz o que quer, ouve o que não quer 
Quem não chora não mama 
Quem desdenha quer comprar 
Quem canta seus males espanta 
Quem feio ama, bonito lhe parece 
Quem não arrisca não petisca 
Quem tem boca vai a Roma 
Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão 
Quando um cai todos o pisam 
Quanto mais depressa mais devagar 
Quem entra na chuva é pra se molhar 
Quem boa cama fizer nela se deitará 
Quem brinca com o fogo queima-se 
Quem cala consente 
Quem canta seus males espanta 
Quem comeu a carne que roa os ossos 
Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro 
Quem muito escolhe pouco acerta 
Quem nada não se afoga 
Quem nasceu para a forca não morre afogado 
Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele 
Quem não sabe é como quem não vê 
Quem não tem dinheiro não tem vícios 
Quem não tem panos não arma tendas 
Quem não trabuca não manduca 
Quem o alheio veste, na praça o despe 
Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso 
Quem paga adiantado é mal servido 
Quem parte velho paga novo 
Quem sabe faz, quem não sabe ensina 
Quem tarde vier comerá do que trouxer 
Quem te cobre que te descubra 
Quem tem burro e anda a pé mais burro é 
Quem tem capa sempre escapa 
Quem tem cem mas deve cem pouco tem 
Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita 
Quem tudo quer tudo perde 
Quem vai ao mar avia-se em terra 
Quem é vivo sempre aparece 
Querer é poder 
Recordar é viver 
Roma e Pavia não se fez em um dia 
Rei morto, rei posto 
Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota 
Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei 
Santos da casa não fazem milagres 
São mais as vozes que as nozes 
Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade 
Todo o homem tem o seu preço 
Todos os caminhos vão dar a Roma 
Tristezas não pagam dívidas 
Uma mão lava a outra 
Uma desgraça nunca vem só 
Vão-se os anéis e ficam-se os dedos 
Vozes de burro não chegam aos céus 
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ilusão



Por aqui me perco,
solto estas cordas que me prendem
e me querem inteira.
Deixo os fragmentos
com meu nome
subirem no ar quente da maresia.

Por aqui me sou,
mais inteira
quando dividida,
na imensidão do mar,
na liberdade azul.

Por aqui me sonho,
sugada nesse raio de sol,
de alma morna à deriva,
sem passados tortos
somente com instantes de mim.

Por aqui a felicidade
não é quimera,
ilusão de quem se amordaça
como a vida  que escolhi.

Por aqui quero ir,
mas desconheço o caminho,
o traçado que sei existir,
restam-me os ecos do meu grito
de querer . . . me perder.





terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Happy Hour



Brincas com as gotículas
que se apressam no refúgio do vidro.

São pequenos os tragos 
que te deliciam a boca.

É um momento em que  te alheias,
desaparece o mundo,
e ficas somente tu e a sensação do gosto,
com forma de paladar e prazer.

Mais um toque no frio do copo,
uma sorvidela amarga
que te sabe bem.

Faço-te companhia, 
não resisto,
sou apenas a cereja trincada no final.



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A melodia do silêncio



" E todo o silêncio é música em estado de gravidez."
Mia Couto



Quando me olhas
és música que me harpeja,
melodia que me faz sonhar,
o canto que me enfeitiça.

Quando me tocas
és gemido de prazer,
desejo por fazer,
vontade a recomeçar.

Quando me emudeces
és o som que quero ser,
refrão vicioso, 
ao ritmo de repetições desiguais.

Quando me chegas
és sinfonia de sentidos,
harmonia que me desconjunta,
és o sentido de mim.